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Archive for the ‘Vinhos’ Category

[Nota de autor: Todos os posts do blogue apresentam uma relativa continuidade na forma como é utilizada a vivência ficcional da personagem Tizé para a apresentação de informação científica.

Apesar disso, todos eles possuem a capacidade de serem consultados de forma independente e autónoma.]

— Então Tizé, já não te via há algum tempo! Estás com boa cara pá! — Dispara o Zarolho, mal entra no Gaivota.

Os dois já não se viam desde que o Tizé iniciou as consultas de acompanhamento psicológico.

Mas a alegria do Zarolho, advém principalmente do facto de encontrar o amigo a que estava habituado, e não o Tizé que encontrou acossado na sua própria casa há algumas semanas atrás.

Tizé apresentava agora a sua antiga vivacidade. Não era propriamente visível numa qualquer característica física, mas sim na profundidade do seu olhar. Este sempre foi o reflexo de uma mente activa, dinâmica, e esse olhar estava novamente de volta, e anda mais radiante!

De imediato, Zarolho atravessa o café e vai-se sentar na mesa onde Tizé já estava há algum tempo a escrever no seu recente caderno.

— Então!? Como correram as coisas? — Começa o zarolho, mas sem dar possibilidade de resposta, continua:

— Não respondas…tinhas uma coisa no fígado, não era? Eu sabia, essas cenas dão-nos sempre mal-estar! Mas tu agora estás porreiro pá. E não te preocupes em me agradecer, a minha filha disse que não houve problema nenhum, e o Roberto, o meu genro, não se incomodou nada. Mas o que estás a escrever para aí?

Após uma pausa para assimilar as perguntas do Zarolho, Tizé responde:

— Boa noite para ti também Zarolho. Mas antes que recomeces, e apesar do que disseste, deixa-me agradecer-te e à tua filha, porque estou muito melhor agora.

Zarolho ia recomeçar a falar, mas Tizé logo o interrompe:

— E não era nada no fígado! Aquelas coisas da Dona Maria, e as suas curas são boas é para aquelas velhas que andam sempre metidas lá na igreja. Desde que estive no hospital cada dia que passa sinto-me melhor, e…

Tizé fez uma pausa porque não sabia muito bem o que dizer ao seu amigo. Ele ficou com receio de que os seus amigos achassem um pouco estranho que ele estivesse em consultas de psicologia e andasse por aí com um caderno a escrever respostas, pelo que apenas disse:

—…e agora ando a tomar uns comprimidos que são muito bons e estou aqui como novo.

— Ainda bem pá. Então mas o que escreves para aí? — pergunta o Zarolho, enquanto o Tizé tentava disfarçadamente guardar o seu caderno na bolsa que sempre o acompanhava (igual à do Álvaro Cunhal como toda a gente diz), que acaba apenas por responder apressadamente: “…são as minhas finanças…”.

— Mas há aqui um grande problema Tizé — disse o Zarolho.

— Problema, qual problema Zarolho? — Tizé ficou com medo de que o Zarolho continuasse a insistir no assunto do caderno, ou que já soubesse através da filha que ele estava em consultas de psicologia no hospital.

— Então não é obvio…não tens nada para beber nesta mesa! Oh Mário, traz aí um vinho para comemorarmos – grita o Zarolho.

— Queres vinho branco, rosé ou tinto, Zarolho? – responde o Mário do outro lado do balcão do café.

[Existem diversos tipos de vinhos, podendo ser classificados em vinhos brancos, tintos, rosés, generosos e espumantes, de acordo com as suas características. Assim, vinhos brancos são produzidos a partir de fermentação alcoólica de uvas sem película e sem graínhas.

Para tal ocorre a prensagem das uvas (separação mosto / películas e grainhas) após o desengace parcial ou total (separação engaço (parte lenhosa do cacho) / uvas) e previamente à fermentação. Em alguns vinhos brancos em que ocorre maceração pelicular, ou seja, as películas das uvas são mantidas em contacto com o mosto antes da fermentação, sendo entretanto retiradas. Isto é feito para transmitir ao vinho uma maior concentração aromática.

As castas utilizadas podem ser brancas ou tintas.

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